sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Ciclo de Tertúlias Bruninas

Centenário da exaltação de Sampaio Bruno, autor de obras como "Brasil Mental" e "O Encoberto". 

◢ Ilustração Original: Haylane Rodrigues.


quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Panthera tigris

«Há homens a quem não deves dar a mão, mas tão somente a pata, e além disso que a tua pata tenha garras!

O pior inimigo, todavia, que podes encontrar, és tu mesmo; lança-te a ti próprio nas cavernas e nos bosques. Solitário, tu segues o caminho que te conduz a ti mesmo! E o teu caminho passa por diante de ti e dos teus sete demônios. Serás herege para ti mesmo, serás feiticeiro, adivinho, doido, incrédulo, ímpio e malvado. É mister que queiras consumir-te na tua própria chama. Como quererias renovar-te sem primeiro te reduzires a cinzas?» - Assim falou Zaratustra. NIETZSCHE, Friedrich.

Representação.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

A Obra e o Pensamento de Ariano Suassuna

Ilustração no cartaz do Colóquio: «A Obra e o Pensamento de Ariano Suassuna». Lisboa, 25 de Março de 2015.
◢ Ilustração Original: Haylane Rodrigues.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Da tradição a corrupção do vaqueiro

Recentemente, na Paraíba, uma proposta resultou no reconhecimento legal da vaquejada enquanto Esporte.
Institucionalizar a vaquejada como prática esportiva visando a atividade comercial é, antes de tudo, um desacordo que entra totalmente em contradição com os Direitos dos Animais consagrados na lei, uma vez que esse tipo de atividade atenta contra a integridade física e a dignidade dos animais em favor do entretenimento com fins lucrativos. Outro aspecto desta medida é que ela acaba por desvirtuar a própria Tradição.

A origem do vaqueiro está numa tradição de bravura!

Somente em 1874 apareceu o primeiro registro oficial sobre vaquejadas, quando o escritor José de Alencar mencionou a prática. O historiador e etnólogo Luís da Câmara Cascudo dizia que por volta de 1810 ainda não existia a vaquejada, porém já se tinha conhecimento de uma atividade semelhante praticada em Portugal e Espanha.

Em meio a vegetação típica, o vaqueiro figura sempre com o traje característico: gibão, peitoral, chapéu, luvas, botas e perneiras, tudo de couro; uma verdadeira armadura de proteção contra o sol forte, e principalmente, contra os espinheiros, espinhos verdes e cactos.

O tradicional vaqueiro nordestino, assim como o de outras regiões do país, representa um forte elemento cultural do Brasil. Uma atividade árdua que consiste em manejar o gado com uma montaria. Na época dos coronéis o gado era marcado e solto Sertão afora. Depois de alguns meses, os coronéis reuniam os peões (vaqueiros) para juntar o gado marcado. Ao som de aboios e toadas essas eram as chamadas “pegas de gado” que deram origem a atual vaquejada.

Cabe também ao vaqueiro a atividade de ferrar o gado. A marca do ferro, geralmente uma letra, pode trazer também alguns signos ligados à astrologia, ao zodíaco e à alquimia. Foi com base na observação detalhada do padrão de ferros que Ariano Suassuna criou à mão o Alfabeto Armorial.

Em períodos de seca severa o rebanho tem que ser migrado por dezenas de quilômetros até algum manancial, sendo preciso ocasionalmente caçar no meio da caatinga alguma rês perdida e trazê-la de volta. Outras vezes torna-se necessário a derrubada do animal para contenção. Portanto, a ação do vaqueiro tanto livra o animal moribundo de morrer a míngua de sede, como em algumas áreas a ação rápida evita que o animal se alimente com tingui – Mascania rígida –, planta altamente tóxica para o gado, causadora de morte súbita.

O Vaqueiro, de Juracy Dórea (1980): Técnica mista sobre azulejos; 180 x 220 cm – Mercado de Arte Popular, em Feira de Santana, Bahia, Brasil.

Há um espírito de tradição e bravura que permeia a história das vaquejadas, mas esse vigor admirável faz referência ao homem devoto que luta de sol a sol para sustentar a família, o vaqueiro que enfrenta selvas de espinhos para apartar o gado e ganhar o pão do dia, o peão com mãos calejadas pelas batalhas diárias.

Em todo esse contexto a figura do vaqueiro deve ser valorizada e exaltada, no entanto, é absolutamente inaceitável que alguém maltrate animais por esporte sob alegação disso ser tradição. Crueldade não é Tradição.

domingo, 16 de novembro de 2014

A Ciência e a Arte de Brasonar

Projeto ilustrativo para os 150 anos de Emancipação Política de Itaporanga, Paraíba.
Trabalho Original de Haylane Rodrigues. Arte Digital por Rafael Lira.





quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Emoções Negativas Destrutivas - O Tigre

«Cavalgar o Tigre é um breviário daquele que tem de viver num mundo que não é o seu sem se deixar influenciar por ele, seguro da sua invulnerabilidade. Com efeito, Evola exprime a ideia segundo a qual não só é necessário impedir o tigre (forças de dissolução) de nos saltar para a garganta, mas também, estando montados sobre o animal, termos finalmente razão. Não se trata, portanto, para o homem diferenciado de fugir do perigo (tigre), mas de destemor (cavalgar) para o anular (domesticar).» - ROMUALDI, Adriano.


O Belo e a Consolação


«Cabe a você decidir o lugar que a beleza pode ter em sua vida. Ultimamente, entretanto, a beleza abre um caminho à reconciliação, à aceitação do mundo como um lar e ao reconhecimento de que pertencemos a ele, com a tarefa de cuidar do que vamos encontrar.» - Roger Scruton em entrevista para a Revista Vila Nova.

domingo, 24 de agosto de 2014

O Barão

«Independência e sossego, possibilidade de fazer a vida como seja a nosso gosto! São os meus ideais impossíveis. Um velho solar de paredes que tenham vivido muito mais do que eu, dessas paredes que têm fantasmas, e em volta um grande parque de velhas árvores, com recantos onde nunca vai ninguém. Viver o tumulto das grandes cidades e depois o silêncio, a solidão desses paraísos abandonados a muitos anos, onde encontramos com não sei que inquietação, como quem desembarca numa ilha desconhecida... Ah! Isso sim, é que me dava outras possibilidades de ser, de compreender e de ir pelo meu caminho. Mas não. Porque se luta, então, para conquistar um caminho que se sabe que não é nosso? Somos nós próprios que traímos a nossa vida.» - FONSECA, Branquinho. O Barão. 4ª Ed. Portugal: Publicações Europa-América, 1997.

Download do filme O Barão.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Paganismus Essential


«Dein Aufleuchten ist schön am Rande des Himmels,
Du lebender Aton, der zuerst lebte!
Wenn du dich erhebst am östlichen Rande des Himmels,
So erfüllst du jedes Land mit deiner Schönheit.
Denn du bist schön, groß und funkelnd, du bist hoch über der Erde;
Deine Strahlen umarmen die Länder, ja alles, was du gemacht hast.
Du bist Rê, und du hast sie alle gefangengenommen;
Du fesselst sie durch deine Liebe.
Obwohl du fern bist, sind deine Strahlen doch auf Erden;
Obwohl du hoch droben bist, sind deine Fußstapfen der Tag.
Wenn du untergehst am westlichen Rande des Himmels,
So liegt die Welt im Dunkel, als wäre sie tot.
Sie schlafen in ihren Kammern,
Ihre Häupter sind verhüllt,
Ihre Nasen sind verstopft, und keiner sieht den andern.
Gestohlen wird all ihre Habe, die unter ihren Häuptern liegt,
Ohne daß sie es wissen.
Jeder Löwe kommt aus seiner Höhle,
Alle Schlangen stechen.
Dunkel herrscht, es schweigt die Welt;
Denn der sie schuf, ist am Himmelsrande zur Ruhe gegangen.
Hell ist die Erde,
Wenn du aufgehst am Himmelsrand,
Wenn du als Aton bei Tage scheinst.
Das Dunkel wird verbannt,
Wenn du deine Strahlen aussendest,
Die beiden Länder feiern täglich ein Fest,
Wachend und auf ihren Füßen stehend,
Denn du hast sie aufgerichtet.
Sie waschen sich und nehmen ihre Kleider;
Ihre Arme erheben sie in Anbetung, wenn du erscheinst.
Alle Menschen tun ihre Arbeit.
Alles Vieh ist zufrieden mit seiner Weide,
Alle Bäume und Pflanzen blühen,
Die Vögel flattern über ihren Sümpfen,
Und ihre Flügel erheben sich in Anbetung zu dir.
Alle Schafe hüpfen auf ihren Füßen,
Alle Vögel, alles, was flattert –
Sie leben, wenn du über ihnen aufgegangen bist.
Die Schiffe fahren stromauf und stromab,
Jede Straße ist offen, weil du leuchtest.
Die Fische im Strom springen vor dir,
Und deine Strahlen sind mitten im großen Meer.»

terça-feira, 24 de junho de 2014

Sebastianismo

«Das ondas do mar Dom Sebastião sahirá com todo o seu exercito. Tira a todos no fio da Espada deste papel da Republica e o sangue ha de ir até a junta grossa.» - Dom Antônio Conselheiro, projeta e regente do Império do Belo-Monte de Canudos, Sertão da Bahia, 1897.

«O Sebastianismo no *Nordeste adquiriu características de conto maravilhoso. Conta-se que no dia 24 de Junho, dia de São João, à meia-noite, aparece nas praias da Ilha dos Lençóis um touro negro, deitando fogo pelas narinas e com uma estrela alvinitente à testa. (...) O touro, resultado da transformação de Dom Sebastião, precisa de morrer a fim de ressurgir o Rei com sua corte.» - Pedro Braga.


«El Rei Dom Sebastião estava muito desgostoso e triste com seu Povo. 
- E por quê? - perguntaram os homens, muito aflitos, e as mulheres todas muito chorosas. 
- Porque são incrédulos! Porque são fracos! Porque são falsos! E finalmente porque o perseguem, não regando o Campo Encantado e não lavando as duas torres da Catedral de seu Reino com o sangue necessário para quebrar de uma vez este cruel Encantamento!» - Ariano Suassuna, em Romance d'A Pedra do Reino.